sexta-feira, 14 de maio de 2010

Idolo ou Cromo nrº10 : Sétima Legião

Depois da visita do Papa ao nosso País eis que regresso ao meu blog com uma nova luz espiritual (ou então não, simplesmente não me apeteceu postar nada nos últimos 9 dias).

Irmãos e irmãs decidi assim trazer até vós os Sétima Legião.

Formados por Rodrigo Leão, Pedro Oliveira, Nuno Cruz, Susana Lopes e Paulo Marinho, a banda tem como inspiração coisas tão abstractas como os descobrimentos (mas será que não há mais nada para falar e escrever neste País, cruzes credo), por outro lado também se inspiravam na música celta o que trouxe originalidade as suas musicas.

Factos sobre a banda:

Em 1982, três amigos resolvem formar uma banda. Eram eles: Rodrigo Leão (Baixo), Pedro Oliveira (Voz e Guitarra) e Nuno Cruz (Bateria).

Começam a ensaiar e decidem chamar-se Sétima Legião (que era o nome da Legião romana que veio à Lusitânia).Concorrem à Grande Noite do Rock onde ficam em segundo lugar.

Susana Lopes (Violoncelo) e Paulo Marinho (Gaita de Foles) juntam-se ao colectivo, ao mesmo tempo que Francisco Menezes começa a escrever letras para as canções.

A banda chega a actuar com todos os elementos envergando gabardinas, como era usual nas bandas de Rock inglês, praticantes do som de Manchester, em Inglaterra se calhar faziam isso porque esta sempre a chover já em Portugal com Verões onde na época tínhamos dias com 40 graus se calhar não era assim muito boa ideia...






<--Bad boys, bad boys, what you gonna do...




A Fundação Atlântica (editora discográfica de Pedro Ayres Magalhães, Ricardo Camacho e Miguel Esteves Cardoso) contrata a banda, em 1983, ano em que gravam o single "Glória" com letra de Miguel Esteves Cardoso. Este disco recebe grandes elogios da crítica, mas não obtém grandes favores da rádio e passa quase despercebido.

Susana Lopes abandona o projecto, ao mesmo tempo que entram em estúdio para gravar o novo disco: um LP que sairá em Julho de 1984 e se intitulará "A Um Deus Desconhecido", considerado ainda hoje um marco da nova música portuguesa.


Ricardo Camacho (futuro produtor de muitos discos e médico de profissão) junta-se à banda, ficando encarregado dos instrumentos de teclados, ao mesmo tempo que Rodrigo Leão começa a ensaiar com Pedro Ayres num novo projecto que ficaria conhecido como Madredeus.

O novo disco da banda só sairia em 1987 e intitulava-se "Mar D’Outubro". Continha os temas "Sete Mares", "Reconquista" e "Além-Tejo". Este disco torna-se um grande sucesso, atingido o galardão de Disco de Prata e sendo o grande trampolim para a ribalta. À custa deste disco, a banda conseguiu fazer muitos concertos.

Em Novembro de 1989 é editado um novo LP da banda "De Um Tempo Ausente" que conta com vários convidados, entre os quais Flak, Francis (ex-Xutos e Pontapés), Luís Represas, Pedro Ayres e Teresa Salgueiro. Contendo os temas "Por Quem Não Esqueci" e "Porto Santo", este disco é, outra vez, um sucesso de vendas e de crítica.

Apenas em 1992, a banda regressa às edições com o novo disco "O Fogo" que já não é muito bem recebido pela crítica e não obtém o desejado sucesso comercial.


.Ao vivo no Pavilhão Carlos Lopes...

Em 1993 actuam no Mega-Concerto "Portugal Ao Vivo" no Estádio de Alvalade, onde gravam a quase totalidade do disco ao vivo "Auto de Fé" que será editado em 1994, contando com a participação especial dos Gaiteiros de Lisboa (de que Paulo Marinho era, também, um dos fundadores).


.Palavras para que...


Rodrigo Leão afasta-se da banda, por não poder continuar nos Madredeus e nos Sétima Legião . Em Julho de 1996, o baixista Lúcio Vieira entra para a banda, substituindo Rodrigo Leão, nos espectáculos ao vivo.

Em 1999, após se pensar que a banda tinha terminado, é editado o CD "Sexto Sentido", um disco muito diferente dos anteriores, onde a electrónica é dominante e os "samplers" de temas recolhidos por Michel Giacometti e Ernesto Veiga de Oliveira têm um destaque até aí nunca lhes dado por uma banda Pop em Portugal. Este disco, apesar das boas críticas, revela-se um verdadeiro "flop" comercial, ainda assim vendeu mais que o cd do José Castelo Branco...

Em 2000 é editado "A História da Sétima Legião", um disco que faz a retrospectiva da banda e contém ainda dois temas inéditos ("A Luz" e "A Promessa").

Em 2006 foi ainda lançado uma compilação dos maiores sucessos da banda.

Resumindo os Sétima Legião são um projecto difícil de caracterizar pois tiveram tantos anos parados como em palco, ainda assim e pelo talento inegável dos seus elementos e de músicas como "Por quem não esqueci" ou "Sete Mares" este aglomerado de grandes músicos merece o carimbo de ÍDOLOS.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Idolo ou Cromo nrº9 : Ban


Pode parecer estranho para muita gente mas antes de se dedicar a seguir os passos do seu pai e fazer carreira a levar um clube como o Boavista a falência e 3ª divisão do futebol Português, João Loureiro deu inicio a uma carreira no mundo do rock com uma banda que originalmente se chamavam de "Bananas", o porquê de decidirem encurtar o nome depois para Ban não é conhecida mas eu tenho para mim que o fizeram para que as pessoas não tirassem conclusões precipitadas em relação a qualidade da banda e das suas musicas antes de os ouvirem...nice marketing.

Alguns factos sobre a banda:

O grupo Bananas (ahah, inicialmente queriam ser uma banda de ska e foi formado em 1981.

Em 1982 concorrem ao Festival Só-Rock (Rock em Stock/7Up) que ganharam.



Em 1983 o grupo assina com a EMI e editam um single, produzido por Moz Carrapa, com os temas "Identidade" e "Virgens-Impulsos". A formação que gravou este disco incluía João Loureiro (voz e teclas), João Ferraz (guitarra, Paulo Faro (bateria) e Chico Monteiro (baixo).

O grupo encurta o nome para Ban e editam o mini-LP "Alma Dorida": quatro temas originais num disco sem teclas, só com guitarra, voz, baixo e bateria. Destacam-se o tema-título e "Pantomina".



Em 1985 dão vários concertos em Espanha mas depois estão parados alguns meses...
Em Dezembro desse ano reaparecem na 3ª edição do Ciclo Novo Rock ao Vivo onde contaram com a prestação de Zezé Garcia (Urb) e de Emanuel Ramalho, este em substituição de Paulo Artur Faro.

O grupo opta por um som ainda mais pop e entra para o grupo a cantora Ana Deus.
Em Abril de 1988 é editado o álbum "Surrealizar". Os maiores sucessos deste disco são "Irreal Social", "Encontro com Mr. Hyde" e "Num Filme Pop". É lançado um máxi-single com remixes de "Irreal social" e "Brouhaha".

Em 1989 é lançado o álbum "Música Concreta" que inclui os temas "Excesso Aqui", "Euforia" e "Dias Atlânticos", entre outros. Para o grupo tinham entrado os músicos Rui Fernandes (saxofone) e Ricardo Serrano (teclas).

No início de 1991 é editado o disco "Mundo de Aventuras" que inclui temas como "Mal de sol" e "Displiciente" (ambos com a voz de Ana Deus), "Rosa, Flor", "Segredo" ou "Pá-rá- rá". O arranjo do tema "Mundo de Aventuras" foi feito com bocadinhos de todas as outras músicas, realmente o grupo não tinha falta de criatividade.



Por motivos diversos e devido a algum cansaço (ate parece que fizeram alguma tournée mundial)os Ban dão por encerradas as suas actividades.

Ainda assim em 1992 João Loureiro mais 2 elementos dos Ban juntaram-se e com mais um musico convidado ainda tentaram formar uma banda para se lançarem no mercado internacional com o nome de Zero, obviamente quando uma banda pretende ter sucesso mundial e se chamam a eles próprios Zero acho que não é a escolha mais acertada.













<--Os Zero de facto fizeram jus ao seu nome... Depois de quase 20 anos eis que João Loureiro não contente com o mega êxito "Boavista vai pá 3ª divisão" anuncia o regresso dos Ban, qual Don Sebastião aparecido numa noite de nevoeiro para salvar a música Portuguesa... O senhor ex-presidente afirma mesmo que o regresso dos Ban vai ser surpreendente, eu diria que o simples facto de eles regressarem é surpreendente... E não isto não é nenhuma piada do dia das mentiras fora de época: http://www.ionline.pt/conteudo/13527-joao-loureiro-o-regresso-dos-ban-vai-ser-surpreendente---video










<--Eles estão de volta


Resumindo os BAN de alguma forma resultaram no final dos anos 80 e inicio dos anos 90 porque apresentavam uma mistura de sons não praticada por muitas bandas em Portugal que sobretudo viravam-se mais para o Rock, de qualquer maneira e apesar de terem algumas musicas bem elaboradas, o sentido de estilo e moda ou mesmo a presença em palco que apresentavam não os tornam numa daquelas bandas que mais saudades deixaram no nosso panorama.

sábado, 1 de maio de 2010

Idolo ou Cromo nrº8 : Os Heróis do Mar

Os Heróis do Mar foram uma banda de pop-rock Portuguesa formada por: Paulo Pedro Gonçalves (guitarra), Carlos Maria Trindade (teclas), Tozé Almeida (bateria), Pedro Ayres Magalhães (baixo) e Rui Pregal da Cunha (voz). O grupo é formado em Março de 1981, todos os elementos já tinham experiência musical em virtude de vários projectos realizados anteriormente. Magalhães e Gonçalves pretendiam com esta banda representar Portugal, a sua história e a sua cultura. A escolha do nome Heróis do Mar não foi portanto um mero acaso, foi tirado do primeiro verso do hino nacional português, A Portuguesa.








<---Armados até aos dentes...




Também o visual inicial da banda, caracterizado como algo neo-militarista, e as letras, que reflectiam, inicialmente e até certo ponto, a glorificação de um Portugal passado, não agradaram a muita gente. Aquando do lançamento do álbum de estreia, no Outono de 1981, a memória do Estado Novo estava ainda muito fresca e por essa razão a polémica instalou-se em torno do grupo, sendo inclusivamente acusado de fascista e neonazi (como todos sabemos usar boina e roupa com manga cava é super nazi...)



.A qualidade dos videoclips em Portugal no ano de 1982 como podem ver era brutal...


Os membros da banda afirmaram mesmo que eram proibidos de actuar a sul do rio Tejo (reconhecida terra de Comunistas).

Em 1982, lançam o single Amor, que se torna um grande êxito, chegando a obter mesmo o disco de platina que na altura nem sequer existia, mais tarde foi introduzido o disco de latão para as vendas do álbum de José Castelo Branco, mas isso é outra história...


.Uns anos mais tarde com a renovada qualidade de imagem passa agora a ser possível reconhecer expressões faciais...

Em 1983, o grupo lança o álbum Mãe, o qual é bem recebido pela crítica, mas não tão bem recebido pelo público.

O Single Paixão, torna-se um sucesso de rádio. O mini-LP lançado em 1984 intitulado O Rapto, apenas o single Só Gosto de Ti, conseguiu ter algum êxito. Em 1985, o single A Alegria, resulta num sucesso de rádio.

O Visual neo-militarista deu lugar a um visual mais ousado, menos polémico, mas mesmo assim ainda demasiado arrojado para a época, com muito cabedal e calças de ganga rasgadas.







<--Seriam os rapazes adeptos do Belenenses?




Pouco depois os cinco músicos começaram a empenhar-se em projectos a solo, Pedro Ayres Magalhães assumiu a direcção da editora Fundação Atlântica, produzindo discos de Ladeiras, de Anamar e dos Delfins. Os Heróis do Mar colaboraram no último disco de António Variações "Dar e Receber", no qual Magalhães e Trindade foram responsáveis pela produção e pelos arranjos. Em 1985, surgiram rumores de que Rui da Cunha poderia vir a abandonar o grupo, o que não chegou a acontecer.

.Ao vivo...

Em 1986 é lançado o álbum Macau, recebido com elogios por parte da crítica, que renovou o fôlego e o vigor do grupo.

.Tudo isto é fado...


Em 1990, o grupo separa-se devido a conflitos internos. No entanto todos os elementos continuaram a dedicar-se à música, com excepção de Tozé Almeida, que acabou por se dedicar à produção de programas televisivos, publicidade e alguns telediscos.


.O inventor...

Resumindo os Heróis do Mar hoje em dia são reconhecidos por aquilo que fizeram enquanto banda e a influencia que ainda hoje exercem sobre novos grupos, de qualquer maneira quando apareceram foram erradamente descriminados e felizmente souberam resistir a alguma pressão e falta de abertura da época a uma banda que trazia novos conceitos e uma diferente maneira de estar.
Vários documentários foram escritos e mesmo filmados o que prova que se tivessem continuado provavelmente hoje seriam ainda uma das melhores bandas nacionais.
Com músicas como "Amor", "Paixão" ou "O inventor" entre outras mostra que foram sem duvida pioneiros.